Não faz parte da história da Menina e do Sábio. É outra Menina e outro Sábio.
Dedicado ao meu "abuelito" (avozinho) amado, Zacarias Cavalcanti, que no brilho de seus olhos, me incentiva em toda troca de olhar a continuar colorindo com o lápis, páginas ansiosas por novos segredos.
“A Menina e o
Sábio”
Sentada na grama, observando o lago, a menina
perguntou ao sábio o que a água tinha de tão especial.
- Me diga você – Respondeu o sábio. A menina sorriu,
olhou para o sábio e depois para o lago.
- Não sei... A água me lembra vida e a falta dela me
faz pensar na morte. – Ela esperou até que o sábio falasse. Só demorou um
pouco.
- Interessante – Ponderou o sábio. A menina sorriu. –
A água quando falta, não leva apenas a água. Ela leva a vida. A Seca seca a
vida. Olhe nos olhos de uma pessoa sem água e você verá a seca no olhar dela.
- Espero que não seque quem vive fora dela. – O sábio
olhou para menina, confuso. - Fora da seca, quero dizer. A voz de fora poderia
ser de grande ajuda para lutar contra a escassez de água. – A menina sorriu sem
sorrir. - Espero que a solidariedade ainda esteja em alta esses dias.
- Você tem sido solidária? – Perguntou o sábio
querendo saber se a menina fazia a jus as suas palavras. A menina sorriu e mais
uma vez olhou para o sábio.
- Ainda não sei. Não estou realmente viva... Então,
talvez você pudesse me responder: Você está? – Em um piscar a menina se foi. E
assim o sábio percebeu que a menina era sua consciência. Não adianta ser sábio
com as palavras se as ações para torna-las realidade são inexistentes.
- Ainda não. – respondeu o sábio ao vento. Não
esperou um segundo para se levantar e fazer dele e da menina solidários.
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