Não faz parte da história da Menina e do Sábio.
Em uma madrugada silenciosa do som das vozes das pessoas, Alegria escutava o barulho dos carros, traçando um caminho conhecido ou, às vezes, até mesmo imprevisível (resultado do ímpeto daqueles que precisavam de novas paisagens, novos congestionamentos); dos ônibus que naquele dia repetiam (como era esperado) o itinerário de seus antigos ou não tão velhos dias; das motos, que pareciam, ora desafiar o vento, ora juntar-se a ele em uma velocidade quase tão rápida quanto a de um coração apaixonado; de seu ventilador, que assim como o ônibus, não se atrevia nunca a sair de sua rota, trabalhando sempre naquele mesmo movimento circular programado; e, por último, o eco de seus pensamentos, que nesta madrugada já ensolarada, pensava apenas nas palavras e na desesperança que as inúmeras junções de várias frases, orações e parágrafos depois provocavam. E, apesar do silêncio ensurdecedor de outras vozes vindo do lado de fora, do lado de dentro, em seus pensamentos, Alegria podia escutar tudo o que se passava em seu coração, quantas vezes quisesse. Ela não estava só, afinal de contas... O passado passava como lembranças em seus pensamentos e o futuro se fazia em imaginações naquela manhã de um dia, hoje, já esquecido.
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