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Mostrando postagens de 2016

Da série: de onde você veio, Menina? E o seu amigo, o Sábio?

A Menina e o Sábio - As cores das flores - Onde estão as flores da primavera? – perguntou o Sábio a Menina. - O outono levou... - Por que não me avisaram que o tempo corria contra ele mesmo? - O tempo não para, Amigo Sábio. - Disse a Menina, desanimada. - E, às vezes, as coisas mudam em um piscar de olhos. - Ela olhou em seus olhos antes de continuar - É difícil acompanhar o tempo em certos momentos. - Acho que perdi mais que as flores e as cores da primavera – finalizou o Sábio de maneira triste.

Bagagem

- Por que não? – Perguntou Joaquim, sem entender porque Marina tinha tanto medo de sentir o que sentia por ele, de se entregar àquele amor sem impedimentos. Um amor tão simples quanto sorrir. - Porque eu sou só eu. – Respondeu Marina, tristemente. – Eu não tenho nenhuma experiência ou histórias pra contar. - Respirou fundo antes de continuar. - E você é você... Cheio de passados, de segredos. De tudo o que eu não tenho. Eu...  - Eu gosto de você. – interrompeu Joaquim. – E não me importo se você não sabe nada sobre tudo. – Pausa. – Porque você e eu podemos escrever uma história de agora em diante, do presente para o futuro, muito melhor do que as eu vivi no passado. – Ele afastou os fios de cabelo dos olhos dela e, sorrindo, perguntou: - Quem disse que ter bagagem é melhor do que viajar sem mala? 

Dançando na chuva

O Mini-texto de hoje é dedicado a Tassinha e não faz parte da história da Menina e do Sábio. A Alegria e a Dançarina trabalhavam no laboratório da Universidade em pleno feriado. Fazia mais de 20 dias que as duas não descansavam. Elas contavam as horas para o próximo final de semana. Sábado e domingo, as duas não trabalhariam. Em algum momento do dia, talvez no final da manhã, Alegria saiu para encher a garrafa de água, que aquela altura da manhã já estava vazia, quando foi surpreendida pela chuva. A Alegria chamou pela Dançarina, animada. Assim como ela, a dançarina amava a chuva e a oportunidade de dançar e cantar enquanto o céu se desfazia em pequeninos pingos de água, a deixava contente. As duas, então, se divertiram durante um curto tempo infinito, deixando a água levar o cansaço daqueles últimos dias. Enquanto elas aproveitavam a chuva, o Primeiro Amor observava a Alegria sorrindo. Talvez tenha sido nesse momento que ele decidira contar pra ela tudo o que sentia, tudo que el

Sem você

O texto a seguir não faz parte da história da Menina e do Sábio: Sem você, eu fui uma canção triste, mas a Sabedoria do Tempo trouxe novos acordes, letras mais felizes. Compôs novas canções. Acrescentou à trilha sonora da minha vida o que faltava - um pouco de alegria - porque como o Sábio Tempo disse em um de seus momentos: toda dor muda de cor com o tempo.

Da série: de onde você veio, menina? E o seu amigo, o Sábio?

“A Menina e o Sábio – Iluminando um ao outro” Enquanto o dia ainda se espreguiçava, a Menina e o Sábio permaneciam sentados em um balanço da praça da cidade. Eles se mantinham em silêncio até os primeiros raios de luz chamarem a atenção dos dois. Percebendo que o Amigo sorria, a Menina perguntou: - Você já ouviu falar dos Amigos-luz? – O Sábio olhou para o lado, onde a Menina estava sentada e, intrigado, repetiu em forma de pergunta: - Amigos-luz? – Ele sabia que a Menina gostava de fazer perguntas diferentes, mas, talvez de todas as que ela já tinha feito, essa pareceu a mais estranha. Mas o Sábio gostava disso, do jeito que a Menina formulava seus pensamentos, pois a conversa era sempre uma surpresa agradável e hoje, pelo visto, não seria diferente, ela seguiria um caminho, até o momento, bem estranho e certamente interessante. – Não sei, mas não me parece familiar... – O Sábio voltou a falar, enquanto tentava, por mais alguns minutos, lembrar se já ouvira falar desses “Am

Da série: de onde você veio, Menina? E o seu amigo, o Sábio?

“A Menina e o Sábio – O observador” O Sábio saiu de casa para caminhar. O mar era lindo àquela hora da manhã e a areia ainda não queimava os pés. Por isso, ele decidiu que molhar os pés era uma boa ideia para começar o dia. - Sabe, Doce Menina, me admira a beleza que tem o mar... – Começou o Sábio. A Menina ainda não chegara, mas ele sabia, ele sentia que ela viria. - É bem bonito mesmo. – A Menina respondeu, andando ao seu lado. O Sábio sorriu. – Você enxerga além? – Perguntou ela animada. O vento não puxava seus cabelos para longe da água, deixando-a triste. A Menina não poderia sentir o sal do mar em seus pés. Não poderia molhar sua roupa ou seus cabelos. Nem lavar o rosto. Ela imaginava como seria incrível sentir o sal incomodar os olhos. Era inexplicável como ela não sabia que sentiria saudade de certas coisas. – Nunca pensei que sentiria falta disso. – Falou a Menina para si mesma. O Sábio não escutou. Estava encantado com a imensidão do mar. – Você enxerga além? – Perg

Da Série: de onde você veio menina? E o seu amigo, o Sábio?

“ A Menina e o Sábio – As folhas das árvores” O Sábio admirava o pôr do sol quando a Menina apareceu ao seu lado. Já fazia um bom tempo que ele estava sentado no banco do píer com seus pensamentos e o aroma do mar que o vento espalhava. O Sábio não precisou olhar para Menina para saber que era ela. Apenas sua Grande Amiga sabia onde encontrá-lo. - O pôr do sol é muito bonito daqui. – Comentou a Menina ainda de pé. Ela fez a volta e sentou-se no espaço vazio, ao seu lado. Como sempre, a Menina ajeitou seu vestido, deixando-o perfeito. Não que ele já não estivesse. - Dizem que não há mais bonito em 100 km. – Falou ele, orgulhoso da cidade onde morava. - 100 km? Só isso? – A Menina pareceu surpresa - Soube pelo vento que se você observar o mar da nossa cidade de qualquer ângulo – Ela olhava para a linha do horizonte -... Perceberá que 100 km não estão minimamente próximos da verdade. - Não vou discutir com o vento. Ele certamente é mais Sábio que o Sábio mais Sábio. – A Men

Ensaio de um adeus

Ficção e realidade se misturam, não é mesmo? Francisco e Lívia assistiam “Ensaio de um adeus” quando a janela bateu com força por conta do vento. Os dois pularam do sofá assustados. O vento precedia a tempestade que viria mais a noite. - O céu vai se desmanchar em chuva. – Comentou Lívia, levantando-se para fechar a janela. Francisco riu. - Desde quando você não gosta de uma tempestade poética? – Perguntou ele, irônico. Lívia parou onde estava e a meio passo da janela, pegou a almofada da cadeira que ficava ali perto e jogou no namorado. – Ai! – Reclamou ele. – Grossa. - Desde nunca. – Respondeu ela, conseguindo finalmente trancar a janela, depois de três ou quatro tentativas frustradas. – Mas, meus pais não são grandes fãs da chuva aqui dentro de casa, principalmente quando se trata desta poltrona histórica. – Lívia deu dois toques no encosto da cabeça antes de voltar a sentar ao lado dele. - Quantos anos têm a “poltrona histórica”? – Perguntou Francisco, imitando o jeit

Dois

Não faz parte da história da Menina e do Sábio: Era noite de lua cheia. Alegria voltava para casa de ônibus. Ela olhava para o céu através da janela, imersa em seus retalhos coloridos. A tristeza de um passado recente, que foi embora cedo demais, acompanhava Alegria do sol a lua, preenchendo aquele dia do segundo mês sem o “dois”, o “dois” sem forma, cor ou som. Quanto mais o céu corria, mais saudade do Amigo, ela sentia. Porque observando o azul escuro e as cores ao redor, Alegria percebia: a cidade estava cheia de lembranças dos dois, lembranças felizes, em que os sorrisos e as gargalhadas foram os protagonistas daquelas cenas, hoje tão distantes. Mas, revivê-las no presente, naquela volta solitária para casa, não faziam dela, uma boba sorridente, e sim uma luz tristonha e sem esperança.   - Quando a dor irá embora - Perguntou desesperada para Lua. Infelizmente, a Lua não sabia. Só o vento ponderava: - Quando as palavras não formarem mais perguntas como esta em seu coração?!

Feliz aniversário, "A Menina e o Sábio"!

Hoje o blog completa um ano de estrada e eu só tenho a agradecer.

Homeostasia

Things change, doesn't mean the get better - Gregory House Não faz parte da história da Menina e do Sábio. É outra Menina. Esse conto que escrevi é inspirado em uma aula da minha amiga Tassinha sobre interação fármaco-nutriente e em uma consulta com meu psiquiatra José Waldo. – Sabe o porquê de você estar deprimida, jovem Menina? – Perguntou o psiquiatra, enfatizando a palavra “porquê”? A Menina chorava e, já sem voz, preferiu esperar que ele voltasse a falar. – Porque aqui – O médico apontou para sua cabeça – Porque você precisa de tempo para se acostumar ao presente. Precisa entender que o passado foi embora e que ele, por mais doloroso que seja admitir, talvez não volte para se tornar futuro. – A Menina enxugou mais uma vez as lágrimas. Elas não obedeciam a suas ordens e continuavam transbordando através de seus olhos. – O passado tornou-se tão diário que quando parou de aparecer todas as manhãs, deixou um vazio, deixou a parte emocional da razão sem energia. – Apesar de falar

A Ventania...

Dedicada a Sabedoria, que mesmo depois de tantas palavras, ainda me escuta falar sobre o ponto de interrogação.  Alegria conversava com a contadora de piadas sobre aqueles dias sufocantes, sufocantes porque a incerteza não a deixava respirar. Ela guardava tanta energia dentro de si - daquelas que fazem o coração comprimir - que precisava gritar para sentir-se mais aliviada. Por isso, no estacionamento onde estava, Alegria pediu a Deus um sinal, atraindo olhares desconhecidos e desentendidos. Meio segundo depois ou até menos, veio o vento. Não o vento diário, mas um Vento diferente com toda força e caos de uma ventania. A desconhecida que ouvira as palavras da Alegria, chamou a atenção dela e da amiga, dizendo: - Você queria um sinal? Ele veio.  –  A moça falava da estranha ventania, apontando para o Céu. Envergonhada, Alegria agradeceu ao telhado azul do mundo inteiro e foi embora pensando nas palavras da jovem não conhecida. Será mesmo que o vento deixara um recado? E se sim, q

"A arte e a vida se imitam" - Autor desconhecido

A Menina ensaiava para o recital da escola no auditório. Ela tocava piano quando o Menino chegou: - Sabia que te encontraria aqui. – De costas para ele, ela sorriu. - Sabia que me encontraria. – Os dois namoravam há um ano e se conheciam mesmo. O Menino subiu os três degraus que davam no palco onde ficava o piano e abraçou a namorada pelas costas. Ele beijou sua bochecha e mordiscou sua orelha, deixando a Menina nervosa. - Assim, você me desconcentra, Amor – Disse a Menina com o coração já acelerado. - Ah, é? – Sussurrou ele no ouvido dela, enchendo-a de beijos. A Menina parou de tocar a canção composta para a apresentação do final de semana e se deixou envolver pelos braços e beijos do namorado. Depois de um tempo, com muita dificuldade, ela conseguiu “escapar”. - Você está me atrapalhando... – Falou ela, tentando resistir ao Menino. Ele insistiu, sabendo que a Menina desistiria. Só foi necessário poucos segundos para que ela cedesse aos beijos dele. Os dois namoraram por

Talvez

Sobre meu Primeiro Amor, Eduardo! Não faz parte da história da Menina e do Sábio! Alegria estava sentada sozinha no seu lugar predileto, um jardim abandonado da faculdade, onde um dia sonhava estudar. Ela conversava com o céu sobre aqueles dias tristes. Tristes porque Alegria transpirava saudade, saudade dele, do seu Primeiro Amor que trazia luz a sua vida. Por mais que tentasse, a saudade não cedia. Ela já conversara com a sabedoria, com o amarelo, com o sotaque, com todos aqueles “portos-seguros”. Até com a distância Alegria conversara. Infelizmente nenhum deles tinha ajudado Alegria a respirar. Ela recorreu até as palavras, mas ao invés de diminuí-la, quanto mais ela escrevia, mais saudade sentia. Talvez, Alegria ainda não soubesse ou se soubesse, preferia ignorar. Talvez o antídoto para saudade fosse a própria saudade, o Primeiro Amor. Se ela transbordasse o que sentia, talvez assim, a saudade iria embora, preencher uns inteiros ou outros tantos vazios. Talvez.  

O som do silêncio

Não faz parte da história da Menina e do Sábio! Depois de perder o primeiro ônibus do final de noite por conversar com o Céu, Alegria decidiu pegar outro, de itinerário diferente. Ela sentou em uma cadeira perto da janela e no bloco de notas de seu celular escreveu: “Conversei tanto contigo sem você saber que perdi o ônibus que me deixava mais distante de nós dois. Será que fiz sem querer ou por querer te visitar?”. E, apesar de o Primeiro Amor não poder realmente escutá-la, Alegria sorria por sentir que o futuro ainda guardava segredos. Não segredos quaisquer, mas segredos daqueles que fazem os olhos sorrirem em um silêncio cantado.

Paciência

Não faz parte da história da Menina e do Sábio! Keep calm and... Alegria andava desanimada. Perguntava a Vida se estava finalmente na hora de desistir. A Vida, no entanto, trazia nos últimos dias, por menor que fossem, motivos para Alegria seguir em frente. Ela dizia: - Paciência, Doce Alegria! Tudo passa, tudo acaba, inclusive as coisas ruins. Nenhum sofrimento é eterno. E, por isso, Alegria continuava em direção ao horizonte a sua frente, seguindo sempre em frente.

No papel

Não faz parte da história da Menina e do Sábio. Ultimamente, Alegria só escrevia sobre a saudade. Ela esperava que assim, a saudade saísse de si e fosse morar no papel. Alegria acreditava que lá, ela seria lembrança boa, como dançar na chuva ou passar um tempo com aquele que ela amava. Alegria sabia que, às vezes, fazer nada com alguém como o Primeiro Amor podia ser suficiente para se preencher por inteiro. Pois, quem disse que nada não pode ser tudo? Que o silêncio não pode fazer barulho? Ou que o vazio não pode estar cheio?

Da série: de onde você veio, Menina? E o seu amigo, o Sábio?

No que vocês acreditam? A Menina e o Sábio - Destino e Acaso  Fazia um ano que a Menina e o Sábio se conheciam. Eles decidiram então visitar o lago onde tudo começara. O lago onde a Menina lembrou ao Sábio o que fazia dele tão sábio. - Nem parece que faz um ano que nos conhecemos. – A Menina riu dessas palavras. O Sábio achou estranho. Do que ela estava rindo? Ele não falara nada engraçado. Ou será que falara? O Sábio não tinha certeza, mas a Menina sempre agia de uma maneira só dela. Por isso, rir por nada talvez fosse a maneira mais adequada para ela, para a Menina que trazia tanto consigo, mais do que ele sabia.  – Estou com sorvete no rosto? – Perguntou o Sábio, lembrando-se do sorvete de menta que acabara de tomar. Dessa vez, ela gargalhou. - Não se preocupe. O vento já levou a gota de sorvete que o Sábio derramou na camisa. – Ele olhou para baixo e viu a pequena mancha verde que coloria sua blusa branca. - Droga! – Falou o Sábio baixinho. Depois riu de si mesmo por

Nós e nossas simplicidades

Para todo mundo que percebeu que AMAR é simples Saudade de dividir o silêncio de nossas horas vagas; de cruzar com seu olhar e não saber o que fazer ; saudade d e encher o ar com o nosso riso solto; de te dizer coisas feias em tom de brincadeira; saudade do sorriso que me escapa pelos olhos ao ver mensagens suas; de falar tudo e nada e entrar pela madrugada; saudade de você, de você inteiro, com esse seu jeito esquisito e irritante. É saudade dessas pequenas coisas... De você e de nossas "simplicidades".

Da série: de onde você veio, Menina? E o seu amigo, o Sábio?

“A Menina e o Sábio – Saudade” Era 31 de Maio de muitos anos antes, Maio de 2013. Um acidente de carro deixara o Sábio e a garota dos olhos sorridentes (Lívia) hospitalizados. Na madrugada do quarto dia, o Sábio decidiu visitá-la, sem saber que aquela seria a última vez que a veria em um longo tempo. Ele pegou uma cadeira e aproximou-se da cama. Ela ainda permanecia ligada a muitas máquinas. Seu caso era complicado, muito mais do que o do Sábio. - Não era para ser assim. – Disse o Sábio entre soluços. – Não era. – Ele tinha os olhos fechados quando sentiu a mão dela apertar a sua. Ele abriu os olhos e tentou sorrir para ela, sem sucesso. - Ainda vamos nos ver. Tenho certeza. – Ela falava com dificuldade e dizer apenas aquelas palavras lhe custara minutos de tosse. Ela o olhava nos olhos e sentia a dor dele como se fosse sua. Era doloroso demais vê-lo assim. Não queria que ele sofresse; não dessa ou de outra maneira. Mas Lívia sabia que os sentimentos precisavam transbordar,