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Mostrando postagens de 2018

Sufoco

A Menina, o Menino, os amigos e os familiares comemoravam o final das férias escolares na casa de praia dos pais dela. No último dia da viagem, uma parte da tripulação decidiu que estava na hora de tirar a poeira do barco e aproveitar o presente que o tempo oferecia - uma manhã a favor das aventuras. Infelizmente, o dia iluminado pelos raios contagiantes de sol foi interrompido quando a Menina desapareceu aos olhos dos outros. Ela não estava em nenhum lugar do barco. Alguém alertou que, segundos antes, viu a Menina molhando os pés na água. O Menino e o Pai dela se olharam nos olhos, entendendo o que esse alguém queria dizer. Sem pensar muito, e tentando manter a calma – afinal, fazia apenas alguns segundos que ela desaparecera - os dois foram para lados opostos do barco e mergulharam. Se fosse possível sentir o que a Menina sentia, os dois escutariam: “Estou afundando. Não consigo respirar. As lágrimas transbordam ou só há água do mar? Não posso gritar. Desaprendi os movimentos. Es

Um esbarrão cinzento

Sinto tanta falta do tempo que ficou no passado. A gente conversava quase todo dia via mensagem de texto. Mensagem que não dizia nada importante, mas que era suficiente para fazer rir e sorrir por tempo inclassificável – tão bom que nem parecia real... Que saudade de você, de nós dois! Que saudade de todas e de cada coisa que saía dessas nossas – para os outros – conversas insignificantes. Só de lembrar, sorrio enquanto escrevo... Quem mandou esbarrar contigo, assim tão cedo e tão sem querer, em uma dessas esquinas da vida? Nessa manhã cinza que anuncia a chuva lá fora e aqui dentro. 

A Menina e o Sábio - "Give my joy back"

Título inspirado na cena de Everwood (muito linda, por sinal. Chorei sim), em que Andy Brown pede aos Céus a alegria de viver. Tem no youtube, mas sem legenda. Esse texto não faz parte da história de Lívia e Francisco. É um relato pessoal de como estar ao lado de pessoas incríveis me ajudou a atravessar dias nublados.

Memories of you

Hey, you! Estava pensando em você hoje de madrugada. Passei um tempo no passado, revisitando nossos lugares preferidos. Quantas risadas nós não demos caminhando pelas calçadas enquanto você contava mais das suas histórias de criança? Quantas coisas nós não fizemos juntos pela primeira vez? Lembra-se daquela ida a livraria? Você nunca foi muito de ler, mas naquele dia decidiu ir comigo fazer compras... Você ficou fascinado com o tamanho das estantes. Era tanto livro que ficava difícil escolher apenas um para levar para casa. Mas, eu te convenci de que se você levasse apenas um, poderíamos voltar em outro dia, num futuro próximo. Seria um pretexto para mais uma aventura nossa. Se eu te apresentei a livraria, você me convenceu de que experimentar o milkshake do café do seu avô seria inesquecível. Nas suas palavras "era uma explosão de sabor inexplicável". Você não tinha razão, mas foi bom vê-lo gargalhar, enquanto eu fazia caras e bocas tentando disfarçar que não tinha gostado

Sobre gostar de alguém...

Eu não conheço todas as palavras do mundo. Não conheço 1/100 do planeta Terra. Não sei que horas são na Venezuela agora. Não sei nada sobre direito, nutrição ou fisioterapia, muito menos sobre estatística. Nunca soube diferenciar um carro do outro. Não me interesso pelas regras da fórmula um. Não que você precise saber sobre qualquer uma dessas coisas. Na verdade, eu também não sei por que estou escrevendo todas essas palavras. Ou, talvez, eu saiba... Será essa uma maneira estanha de te dizer que eu gosto de você? Que, apesar de saber muito pouco, pelo menos, agora sei que eu gosto de você.

Trilha sonora

Qual seria a trilha sonora do nosso abraço? Seria em um dia de sol ou embaixo de chuva? Você sorriria a me ver? Ou eu choraria de alívio por te ter? Você me diria palavras doces? Ou eu preencheria o momento com o silêncio? Qual seira a trilha sonora do nosso abraço (?), aquele que reconhece tudo que tentou esconder por debaixo do casaco? 

Carta não entregue?!

Carta que escrevi para Eduardo, meu primeiro amor, mas que nunca entreguei. Te escrevi umas poucas palavras Elas dizem mais ou menos o seguinte... O Vento me disse uma vez que era capaz de escutar meus suspiros madrugada adentro - suspiros daqueles que nos escapam quando gostamos de certo alguém. Eu argumentei dizendo que a interpretação estava errada, mas o Vento - ouvinte desde que o mundo se entende por mundo e colecionador de histórias mais antigo - sabia muito sobre as pessoas. Outro dia, enquanto levava resquícios de poeira do passado para descansar em outros quintais, escutei-o deixar uma mensagem sussurrada pela janela que cantava “a vida é muito curta e o medo (?), o medo, ele paralisa”. Tentei chama-lo de volta, gritei para o Vento, tentando entender o que ele queria dizer com tudo aquilo, mas ele, passageiro do jeito que é, já estava a quilômetros de distância. Fechei a janela. Sentei no chão encostada a parede, enquanto a janela fazia dançar a luz que o sol t