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Mostrando postagens de 2017

Da série: de onde você veio, Menina? E o seu amigo, o Sábio?

“ A Menina e o Sábio - Melhor momento”  Sentado no sofá, o Sábio assistia um filme antigo na televisão quando a Menina apareceu em pé atrás dele. Ele se assustou. - Doce Menina! – Disse pondo a mão no coração. – Que susto! Veio me fazer companhia? - Sempre – Respondeu a Menina, animada, sentando ao seu lado. - Estava mesmo com saudade de sua companhia. Como anda o outro lado? – Perguntou o Sábio, brincando. A Menina sorriu. - O outro lado? Se eu contar, perderá a graça. – Respondeu a Menina, entrando na brincadeira. - Justo. – Sorriu o Sábio, timidamente. - Então quer dizer que eu sou o melhor momento do seu dia? – Brincou a Menina. - Ah, Doce Menina, você não faz ideia! Acho que sorrio mais desde que nos conhecemos. – Confessou o Sábio. - Também acho que o Sábio sorri mais nos últimos anos. – O Sábio voltou a sorrir. - Agradeço minha Pequena Grande Amiga. – A Menina pôs a mão esquerda em cima da mão do Sábio e, pela primeira vez, ele pôde sentir o toque miúdo

Conversa silenciosa

A noite lá fora estava tranquila. A lua e as estrelas iluminavam o céu, enquanto o vento levava resquícios de conversa e poeira para longe. O balanço fazia barulho. Esforço extra que quem está enferrujada há muito tempo. Na frente do parque, hoje vazio, o restaurante “Em família” comemorava mais uma primavera do dono dos melhores sucos da cidade. Quando alguém saía, trechos de conversas escapavam para a rua. O cachorrinho, que ali perto descansava, hora ou outra levantava, tentando entrar escondido no bar para fazer parte daquela alegria. Infelizmente, todas as tentativas, até aqui, foram frustradas. Quando a porta abriu mais uma vez, com a ajuda da Menina, que chegava atrasada, o cachorrinho entrou de fininho e se escondeu debaixo de uma mesa próxima a saída, a voz de alguém desconhecido chamava a atenção dos convidados. - Boa noite – Começou o anfitrião envergonhado. O namorado da Menina estava do outro lado do salão – Eu queria pedir um minuto, talvez dois, da atenção de vocês. –

Tentar esquecer é pedir para lembrar

Palavras que eu queria ter dito para Eduardo, mas nunca tive coragem de falar em voz alta: - Eu não sou muito boa com as palavras. Não com as palavras ditas ao vento, pelo menos. Não que eu seja boa com as escritas por aí. – Enrolou-se Alegria  –  Eu também não sei bem, ou mal, expressar meus sentimentos, dizer o que eu sinto pelos outros, por você. – Tempo. – É a primeira vez que eu tento expressar toda minha confusão olhando nos olhos de alguém. Ao vivo, em cores, em tons e sons.  – Inspira. Expira. – O que eu quero falar, o que eu quero te dizer é que EU gosto de VOCÊ. Não como eu gosto dos outros. É mais como... – Enrolou-se Alegria outra vez. - Ok, calma! – Inspira. Expira. – O que eu estou tentando pôr em palavras, o que eu estou tentando não mais esconder é que mesmo sem querer... E eu juro que eu tentei – Enrolou-se a Alegria mais uma vez. – É que mesmo sem querer eu me apaixonei por você. E por mais que eu tente, por mais que eu queira te esquecer, eu esqueço que tentar te

Reencontro

O Melhor Amigo da Menina chegava hoje de um ano não planejado (menos do que o normal, pelo menos). Ele saía do carro quando a Menina atravessou correndo o portão que dava para o estacionamento. O Menino vinha atrás. Ao vê-lo, a Menina parou e, no instante seguinte, os olhos dela encontraram os dele. Depois de muito tempo (tanto, que o próprio tempo desistiu de conta-lo), os dois estavam frente a frente. O vento afastava os fios de cabelo da Menina para longe. Uma mistura de alegria e saudade desenhava sorriso no rosto dos dois. Uma lágrima descia pela bochecha dela, outras transbordavam pelos olhos dele. O tempo pareceu parar para eles. Ao mesmo tempo em que parecia correr para os outros. Era como se poeira estivesse suspensa no ar e como se só a luz do sol, que driblava as folhas das árvores com a ajuda do balançar do vento, dançasse alegremente, iluminando pontos sortidos de toda a distância que os separava. Tic, tic, tic... O relógio continuava com sua cacofonia ritmada, nervoso po