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Era uma vez...O Início

O texto a seguir conta um pouco de como surgiu o blog "A Menina e o Sábio".
P.S.: O post de hoje é dedicado ao meu melhor amigo, Danillo e a minha amiga de infância, Carol, que ao saberem do Blog, disseram de forma animada (bem, foi assim que eu imaginei quando li as mensagens escritas no Instagram e no What's App) que iriam acompanhá-lo todos os dias (ou sempre que possível). 
Agora sim, divirtam-se ou não!

Sábio Silêncio 

No silêncio de um dia sem vida, ora acompanhada pela luz vermelha de um refúgio secreto, anotando parâmetros de outras vidas, ora perdendo tempo em uma cama improvisada de três cadeiras altas e confortáveis, Alegria foi invadida pela ideia do Sábio Silêncio. Ele sugeriu, sussurrando sem dizer, que a dor, hoje parcialmente cicatrizada, de anos vividos sem vida e cor, poderia fazer de suas lágrimas, inspiração para os desesperançosos, que não mais acreditavam que o sol voltaria a nascer ou que a lua viria a ser cheia e luminosa para a noite acender.
Em um primeiro momento, Alegria ponderou, pensando em perguntas importantes:
“Será?”
“Será que valeria a pena?”
“Será que os outros escutariam?”
“Será que faria diferença?” – Ela perguntava a si mesma.
Depois, no momento seguinte, ela pegou seu caderninho-baú e sua caneta cor do Brasil e escreveu as primeiras palavras, as mesmas que os Leitores Curiosos leem nas três primeiras linhas desse não tão novo texto. Mas, ao contrário do que o seu amigo, o Sábio Silêncio, pensara, a menina desistiu da Ideia, deixando-a para um futuro não tão próximo.
Um ano depois, para alegria do Silêncio, que não desistira de insistir, através de vozes amigas e de ideias do destino, Alegria teve a primeira oportunidade de espalhar, hoje um pouco perdida, a solidariedade. E, naquele momento, mesmo que ainda fosse desconhecido por ela, seu caminho a guiava para o que ela mais amava: as palavras e, assim, os três anjos, que a redirecionaram, tinham seu dever quase totalmente cumprido em sua vida.
Porém, mesmo voltando aos trilhos “sussurrantes das belas palavras”, Alegria precisou mais uma vez adiar a Ideia do Silêncio. Ela estava comprometida demais em terminar o que começara anos atrás. O tempo, no entanto, foi passando, o presente logo virara passado e seu papel de estudante estava cumprido, mas, mesmo assim, ela não fez planos imediatos de pôr a Ideia em prática, deixando o Sábio Silêncio cada vez mais triste. 
Por fim, após uma reviravolta triste da vida, ela finalmente resolveu pegar a chave do baú, onde o Silêncio guardava sua Ideia, e começou a preencher o ar ao seu redor com as mais belas junções de sílabas que seu eu-lírico conhecia. Pena que Alegria precisou mais uma vez chorar toda dor de seu coração para perceber que escrever é e sempre foi a melhor forma de dar asas à alma e libertá-la daquilo que a deixava pesada. Mas mais do que isso, ela entendeu que ao deixar um pouco de si para os outros é possível sim colorir um dia sem vida, musicar uma letra sem melodia ou pôr rima em um poema sem ritmo.
Agora, Alegria abraça as palavras. Ela alçara voo e, no momento, não pretendia pousar em um Porto Seguro, pois queria se arriscar nessa linda aventura que é escrever.

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