Não faz parte da história da Menina e do Sábio. Alegria sabia de uma coisa, sabia que o olhar dizia muito quando as palavras não falavam. Não só o olhar. Ele podia ser acompanhado pelo descompasso de alguns passos, de jeitos e trejeitos. E se as palavras não faltassem, elas carregavam um tom diferente, de hesitação, de deslocamento, de incerteza. Elas traziam a esperança escondida que o coração tentava, sem sucesso, esconder. E, se o ímpeto não transbordasse, a menina sabia que seria tarde de mais. O jeito era dizer adeus, mesmo que por uma ínfima fração de tempo no tempo. Ela percebia, desde cedo, que as pessoas estavam acostumadas a falar com palavras sem vida um "adeus" sem valor, mesmo que todo conjunto escrevesse no ar uma pergunta secreta, mais tarde não dita: "então, o que vamos fazer agora?".
Alguns detalhes como a trajetória da chuva, o contraste das cores do céu e das árvores, o silêncio ensurdecedor e acolhedor de uma companhia sem palavras são destrinchados neste pequeno espaço. Comentários, poesias, lua e estrelas são bem-vindos aqui e no twitter @Chaconerrilla. Sejam bem-vindas(os)!