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Reencontro

O Melhor Amigo da Menina chegava hoje de um ano não planejado (menos do que o normal, pelo menos). Ele saía do carro quando a Menina atravessou correndo o portão que dava para o estacionamento. O Menino vinha atrás. Ao vê-lo, a Menina parou e, no instante seguinte, os olhos dela encontraram os dele. Depois de muito tempo (tanto, que o próprio tempo desistiu de conta-lo), os dois estavam frente a frente. O vento afastava os fios de cabelo da Menina para longe. Uma mistura de alegria e saudade desenhava sorriso no rosto dos dois. Uma lágrima descia pela bochecha dela, outras transbordavam pelos olhos dele. O tempo pareceu parar para eles. Ao mesmo tempo em que parecia correr para os outros. Era como se poeira estivesse suspensa no ar e como se só a luz do sol, que driblava as folhas das árvores com a ajuda do balançar do vento, dançasse alegremente, iluminando pontos sortidos de toda a distância que os separava. Tic, tic, tic... O relógio continuava com sua cacofonia ritmada, nervoso por uma mudança de tempo. Mas, o tempo não mudava realmente. Só a percepção dele era diferente para cada protagonista que passava pelo palco da vida. Mais dois segundos e a linha de tempo presente-futuro voltou ao seu descompasso normal. A Menina saiu da inércia e correu para abraçar o Melhor Amigo. Ele abriu os braços para recebê-la - com um sorriso que refletia a felicidade que a alma já conhecia. Era um abraço que dizia “senti tanto sua falta”, que falava “tanta coisa para te dizer”. Era um abraço que gritava tudo o que as palavras não alcançavam. Que transbordava excessos. Era um suspiro aliviado. Saudade que era urgência. Saudade que o tempo guardou para se desfazer naquele momento.

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